domingo, 12 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ESPAÇO LEITURA PARA CONHECIMENTO

PESQUISA DO PAI ALBERTO PINTO...
“Vivemos depressa. Muito depressa. E não sabemos bem porquê.” Por vezes a vida não nos deixa sequer respirar; estamos sempre atrasados, qual Coelho Branco da Alice. Eis uma crónica do professor J. Norberto Pires acerca da vida cosmopolita.
Vivemos depressa. Muito depressa. E não sabemos bem porquê. Tem de ser; é assim a vida, justificamos. Não há tempo para nada, é preciso despachar mecanicamente, automaticamente, aquilo que dizemos que fazemos. Reflectir não é grande ideia. Faz perder tempo, e isso é coisa que não temos. O melhor é andar depressa, muito depressa, pelo menos mais depressa que os outros. Mas, como o Coelho Branco da Alice, parecemos sempre atrasados para alguma coisa. Não sabemos bem é para o quê. E parece que isso não nos incomoda.
Nesta lógica, investir no “Magalhães” é uma boa ideia. As crianças habituam-se rápido a viver depressa, sem se deslocar, e sem precisar de contacto físico. A Internet resolve. Está tudo, mas mesmo tudo, à distância de umas teclas. Até pesquisar, estudar, é tão simples como “clique”, “Google”, “palavra-chave”, “copy and paste”, e pronto. E, como dizia o Calvin, podemos fazer um brilharete com umas capinhas de plástico. Muito profissional.
Só que essa é uma escola sem futuro. E é disso que falamos quando falamos de livros e de leitura. A escola com futuro coloca o foco nos livros, na aprendizagem com reflexão, que é um método que a leitura incentiva e desenvolve. Com o tempo que as coisas naturalmente levam, com detalhes, ao pormenor. Uma educação feita assim é uma vela impressionante que nos permite navegar pela vida fora com a confiança de quem não desiste.
Como o velho Santiago, que não pescava um simples peixe há 84 dias, mas tinha nos magníficos olhos azuis o brilho de querer apanhar o maior peixe da sua vida. Mesmo muito cansado, com um barco a cair de podre, e a vela remendada. E conseguiu, ganhando de novo o respeito de todos. E nós viajamos a Cuba com ele.
Ou ainda como o Principezinho que um dia saiu do seu pequeno planeta cheio de flores e vulcões extintos, para viajar por sete planetas e descobrir que afinal mais importante do que navegar, ver e desvendar novas realidades, é importante descobrir o valor das coisas e das pessoas, e que isso exige tempo. Tempo para ler. Evitando ser como a Alice, que não sabia para onde ir; se haveria de virar à esquerda, ou à direita, ou pura e simplesmente seguir em frente. Assim, como muito bem notou o Gato, não importa que direcção tomar se não se faz a mínima ideia para onde se quer ir. Chega-se sempre a qualquer lado, seja qual for a direcção escolhida. Depressa ou devagar, não importa. Existe sempre um destino, seja ele o do Gato Chapeleiro ou o da Lebre Marciana.
- Mas eu não quero ir para o meio de gente maluca, dizia a Alice. Vai uma aposta que com o andar das coisas não podes evitar isso?
J. Norberto Pires
ESPERAMOS QUE ESTE ESPAÇO SEJA ÚTIL E PROVEITOSO...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

BANCO ALIMENTAR - DIA 27 E 28 DE NOVEMBRO

ESTIMADOS PAIS,

COMO NÃO TIVEMOS QUALQUER INDICAÇÃO DA PRESENÇA DE PAIS E RESPECTIVO TURNO A FAZER NO BANCO ALIMENTAR O QUAL TERÁ LUGAR NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA NO PINGO DOCE DE VIALONGA, DIA 27 E 28 DE NOVEMBRO, VIMOS DESTA FORMA RELEMBRAR DA NECESSIDADE DA VOSSA PRECIOSA PARTICIPAÇÃO NESTE ACTO DE SOLIDARIEDADE.

OBRIGADO

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

BANCO ALIMENTAR

A pedido do Chefe Luis Feliciano, solicitamos a todos os que possam participar na actividade "Banco Alimentar", que terá lugar do próximo dia 27 e 28 de Novembro de 2010 no Pingo Doce de Vialonga, se inscrevam enviando um e-mail para a Mãe Sónia Lopes ( snuneslopes@hotmail.com ) indicando o nome e turno que podem fazer.
informa-se ainda que as maiores necessidades são para Sábado todo o dia e Domingo à tarde. obrigado a todos.

PLANO ANUAL DO ANO ESCUTISTA 2010/2011


terça-feira, 15 de junho de 2010

49º ANIVERSÁRIO DO AGRUPAMENTO DE ESCUTEIROS 342 DE VIALONGA


BOM DIA!



HOJE CELEBRAMOS 49 ANOS!

Todos os actuais e antigos escuteiros do Agrupamento 342 estão de parabéns!



Prestes a celebrar 50 anos, este dia merece ser celebrado com entusiasmo e confiança no futuro!



PARABÉNS 342!!!!



Luís Feliciano

(Chefe de Agrupamento)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

ARRAIAL DE SANTO ANTÓNIO



Olá a todos,



Reencaminho o email que enviei para os Agrupamentos do nosso Núcleo.

No nosso caso, o convite para participar contempla a colaboração na organização em cada uma das noites do Arraial, bem como na preparação nos dias 7 e 8 de Junho à noite (no dia 7 de Junho a montagem do bar terá início às 18h30, mas haverá que fazer também depois do jantar, tal como no dia 8 de Junho).

No dia 13 de Junho, iniciam-se de manhã as desmontagens e estão todos desde já convidados não só para as ditas desmontagens mas também para o nosso habitual almoço de celebração de mais um Arraial.

Já sabem, todos vós, que todos somos poucos!

Mas se dermos algo nestes dias, mais fácil será a concretização dos objectivos duma forma alegre, empenhada e solidária com o Agrupamento, com a satisfação de que demos o pontapé no IM e tornámos POSSÍVEL mais um Arraial de Santo António…



Aproveito para pedir às Equipas de Animação das Secções para colocarem este cartaz nos respectivos blogues, com indicação dos dias das montagens e desmontagens, bem como o convite aos pais/mães para participarem na preparação e na realização do Arraial.



Uma forte canhota

Luís Feliciano

quinta-feira, 27 de maio de 2010

BANCO ALIMENTAR E MARCAÇÃO DA PRÓXIMA REUNIÃO DE PAIS

Meus caros,


Cá estou para recordar que no próximo Sábado, das 9h às 13h foi confiada aos pais/mães/encarregados de educação a missão e o privilégio de colaborar na Campanha do Banco Alimentar, no próximo Sábado, das 9h às 13h, no Pingo Doce de Vialonga.

Podem ser 2 turnos: das 9h às 11h e das 11h às 13h.

Já sei que a Ana Batalha está das 11h às 13h…

Voluntários? Em que turno? Ou todo o tempo?




Quanto á reunião prevista para a próxima sexta-feira?

Vamos ter de adiá-la, provavelmente para a noite em que vamos colar cartazes (fazemos 2 em 1), mas acontece que estava agendado para a próxima sexta-feira o Conselho Regional de Lisboa e eu preciso estar presente.

Sorry se condicionei as vossas agendas.



No Domingo há no Adro da Igreja a Feira dos Saberes e Sabores: é uma iniciativa interessante e nós vamos lá ter uma barraquinha de comes e bebes, pelo que fica aqui o convite para participarem, divertirem, consumirem…



Cumprimentos e agradecimento,

Luís Feliciano

sexta-feira, 30 de abril de 2010

AGENDAMENTO PRÓXIMA REUNIÃO DA COMISSÃO PAIS

Caríssimos:



Na nossa última reunião agendámos para a próxima sexta-feira, dia 30 de Abril, a nossa próxima reunião da Comissão de Pais.

Considerando que entretanto foi solicitada a minha participação numa reunião na Junta de Freguesia e que, com alguma conciliação dos meus horários, é possível reunirmos no Sábado, antes do Conselho de Pais, o que poderá ser mais simpático para a vida e azáfama de cada um de nós, venho alterar a nossa reunião da Comissão de Pais para as 16 horas do próximo Sábado, sendo certo que às 17h terá lugar o Conselho de Pais.

Solicito a vossa pontualidade para que seja possível concluir a nossa reunião antes do Conselho de Pais.



Cumprimentos,

Luís Feliciano

quarta-feira, 17 de março de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

FILME DO ACANTONAMENTO DE CARNAVAL

ACANTONAMENTO DE CARNAVAL - 2010








Neste acantonamento de carnaval apredemos muito e podemos observar um pouco da vida escutista. Os nossos Pais (alberto e Rui) não deixaram espaço às senhoras da cozinha, pois faziam tudo... descascavam batatas, tratavam das sandes, faziam o comer, lavavam a loiça, de tal forma que a mãe Pinto teve de implorar de joelhos ao Chefe Zé Nunes para que a deixassem trabalhar nem que fosse com a esfregona, mas nem aí teve sorte, pois os pais, sempre muito cavalheiros iam logo fazer tudo para que as senhoras podessem fazer as suas visitas de rotina aos lojistas ansiosos pela sua visita. Houve quem aprendesse a chamar CHEFE e outros a escutar o chamamento, até aprendemos a tomar banho no bidé... que tal? Tudo correu pelo melhor como se pode observar neste pequeno video que ficará na memória de todos. Mais uma vez obrigado ao Agrupamento de Escuteiros 342 de Vialonga por nos deixarem participar na actividade e pela visita maravilhosa que nos proporcionaram à chegada sobre a Batalha de Aljubarrota.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

PROMESSAS - 2010




Mais uma vez, é com muito orgulho, que podemos assistir às promessas dos nossos meninos/as, estavam todos lindos e acima de tudos felizes e isso pode ser observado atravês do seu comportamento ou das lágrimas que alguns deixaram escapar por entre sorrisos e discursos sentidos.
Queremos dar os parabéns pelo imaginário, e pelas apresentações que nos foram dadas na noite de vigilia, assim como da lembrança da velinha em que os pais foram convidados a participar, integrando-os desta forma tão bonita na celebração.
Agradecemos a todos os pais que ajudaram na recepção e organização de todo o almoço convivio, principalmente àqueles cujos filhos não faziam promessas e que se disponibilizaram para que o salão estivesse sempre aberto para receber a comida e assim estivesse tudo organizado.
Esperamos que todos tenham gostado e que continuem a ter orgulho em pertencer a esta grande família.

FORMAÇÃO PARA PAIS DE ESCUTEIROS




Olá,

Cá estamos nós, pais, para informar que foi muito interessante esta formação, pois ficámos a conhecer melhor como nasceu o escutismo e qual a sua importância na educação dos nossos filhos, uma vez que visa o desenvolvimento fisico, mental, social, espiritual e afectivo através de actividades práticas tendo sempre como principios a saúde, felicidade e espirito de serviço.
Queremos agradecer a todos aqueles que de uma forma voluntária, deram a sua contribuição para que obtivessemos este conhecimento, nomeadamente aos Chefes: José Carlos Gonçalves; Ricardo André (Sobral); António Henriques (tó); Tó-Zé (Sobral); Alexandre Simões; José carlos Rodrigues,entre outros que apesar de não estarem presentes ou aqui mencionados também participaram para que está acção de formação podesse ter lugar e êxito junto de nós, a todos o nosso muito OBRIGADO.
De tudo o que nos foi transmitido, podemos retirar que o "escutismo ainda é um local seguro" e que a familia tem o papel principal na escola de valores, nós somos os responsáveis pela educação dos nossos meninos e temos os escuteiros que de uma forma voluntária nos ajudam a preparar melhor os nossos "Homens de Amanhã" como homens novos para um mundo novo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

1º JANTAR CONVÍVIO 2010

Meus caros,


Aí está o nosso fantástico jantar…
Terá lugar no próximo dia 30 de Janeiro pelas 20:30h

Marcações: Pfeliciano62@gmail.com Ou p/TM 919473759

O Local?

“Salão
Da
Padaria”
em Stª Eulália


Menu

Acervos de Carne ao Molho Escuro
Caldo de Aves
&
Malga de S. Tiago


Cada Ementa de Adulto (8 €) incluí: Prato, 1 sobremesa, 1 bebida, 1 café.
Cada Ementa de Criança [até 5 anos] (3,50 €) incluí: Prato, 1 sobremesa, 1 bebida.
Cada Ementa de Criança [6 a 9 anos]/Lobitos (5 €) incluí: Prato, 1 sobremesa, 1 bebida.

Todos os extras (digestivos, outras sobremesas, mais cafés, etc.) são pagos à parte.
Haverá ainda algumas surpresas, contamos consigo e com a sua boa disposição.


Cumprimentos,

Luís Feliciano

FORMAÇÃO PARA COMISSÕES DE PAIS

Caríssimos,


Recebemos a seguinte indicação da Junta de Núcleo Solarius relativamente à formação para Comissões de Pais que terá lugar no dia 30 de Janeiro próximo.

Relativamente á Acção de Formação para Pais informamos que:

- Local – Auditório Municipal de Arruda dos Vinhos

- Horário – 10h00 ás 17h30

- Almoço para partilhar

Soubemos que há possibilidade de haver mais inscrições, por isso, se alguém não deu notícia da disponibilidade e interesse, pode agora fazê-lo que nós encaminharemos a inscrição.

Mais informo que o Agrupamento suporta integralmente o custo das inscrições.

Cumprimentos,


Luís Feliciano

O Papel da Família na Educação da Juventude

O Papel da Família na Educação da Juventude
Dr. António Madeira de Brito Cabral
Cáritas Portuguesa, Lisboa, Portugal

Sessão I
S1-4 Dr. António Brito Cabral Página 1/6
O Papel da Família na Educação da Juventude
Dr. António Madeira de Brito Cabral
Cáritas Portuguesa, Lisboa, Portugal
beaugeste@sapo.pt

Sessão I
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O Papel da Familia na Educação da Juventude
A história da educação nas sociedades ocidentais está intimamente ligada à construção da
nação, da democracia, do sistema de mercado. Da nação, porque a formação para a cidadania,
com os estados nacionais, passou de um vinculo de cariz religioso ou cultural para a integração
política através do sufrágio universal. Da democracia pelo ênfase dado aos valores da igualdade,
da liberdade e da solidariedade na construção das sociedades liberais. Do sistema de mercado
pela necessidade de aceitação dos modelos de coesão social que implicam o carácter hierárquico
promovido pela socialização escolar, forma legitimadora da mobilidade social existente.
Sobre a evolução das sociedades ocidentais no século XX, um autor contemporâneo (Alain
Touraine) põe em evidência a característica fundamental do processo de modernização. Este
processo sublinha a existência de uma relação entre a produção (cada vez mais associada à
ciência e à tecnologia) e a vida pessoal (ou seja, à libertação do sujeito).
Só que a modernidade, segundo este autor , tem desenvolvido quase exclusivamente o primeiro
aspecto, ou seja, a racionalidade em detrimento do indivíduo e da sua liberdade.
E, como corolário desta tendência de modernidade a preparação para a integração social passou
a ser o objectivo prioritário da educação.
A modernidade pôs, assim, o ênfase nas “funções”, no desempenho de papeis. O “bem”, ou seja
o objectivo último que os clássicos atribuíam à educação, passou a significar uma qualquer
acção que visasse a utilidade social, devendo as várias instituições garantir a funcionalidade do
sistema.
A família, por exemplo, socializava para que a escola viesse a exercer a sua função de educação
formal como preparação eficaz para a vida activa no âmbito profissional.
Mas a crise da homogeneização cultural que caracteriza a evolução das sociedades ocidentais no
século XX, com o fim do conflito entre dois sistemas políticos antagónicos e com a anterior
extinção dos impérios coloniais, veio pôr em causa a estabilidade deste modelo educativo.
Verifica-se um acentuado “défice de socialização” não apenas nas instituições escolares, mas
também nas instituições tradicionalmente responsáveis por esta função.
É um facto que as instituições educativas tradicionais – caso da família e da escola – já não
transmitem os valores e os modelos de coesão social como faziam no passado. E o espaço
deixado vazio pelo referido “défice de socialização” foi ocupado por novos agentes de
socialização (meios de comunicação de massa, em particular a televisão) que não se encontram
vocacionados para formar moral e culturalmente as novas gerações.

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É assim que a nação e a democracia se vêem confrontados com a criação de novos espaços
político/económicos em que se reclama uma maior cidadania e o direito a participar na vida
política, económica ou cultural. Por outro lado o sistema de mercado parece introduzir na nova
ordem internacional um factor de grande polémica mas também de enorme actualidade – o
fenómeno da globalização. Se por um lado a globalização “supera fronteiras geográficas, corroe
os vínculos tradicionais de solidariedade” gerando novas formas de exclusão, solidão e
marginalidade, é indiscutível que também fomenta os valores da abertura, do pluralismo, do
diálogo, configurando um sistema contrário a ideologias fechadas e anti-democráticas como são
as fundamentalistas de qualquer cariz.
Estaremos perante uma sociedade multi-cultural? Não é fácil a resposta, sendo certo que o
objectivo deverá ser a comunicação intercultural em que se verifique o “reconhecimento por
todos do direito de todos”.
Com as mudanças operadas nos sistemas económico, social e cultural instala-se a crise do
modelo educativo que descrevemos, e que deixou de cumprir as funções a que se destinava,
gerando o desemprego, a exclusão social, uma formação despersonalizada e dificultando aos
agentes educativos o exercício da sua função socializadora.
Como diz Touraine “há que deixar de pensar que o indivíduo está ao serviço da sociedade, que
se define pelas suas funções e pela sua contribuição para a vida colectiva , e fazer da
individualização o objecto central da educação escolar ou familiar e do direito”.
Mas que mudanças se operaram na concepção do individualismo na sociedade contemporânea?
Há uma diferença flagrante entre o individualismo do século XIX e o individualismo actual.
Enquanto que no primeiro as pessoas eram levadas aceitar um modelo preexistente ou
preestabelecido e portanto eram induzidas a adoptar um modelo fixo de comportamento em
aspectos cruciais da sua vida quotidiana, o segundo está relacionado com o “estilo de vida” em
que a auto expressão, a liberdade interna, o desenvolvimento da sua personalidade são aspectos
centrais. Donde constituir um credo a pessoa ser ou querer ser livre, ter ou poder optar por uma
forma de vida para si própria.
Claro que a assunção desta filosofia de vida teve reflexos óbvios na própria estrutura da família
e nas suas funções actuais.
Sem pretender generalizar este fenómeno a todas as culturas, a verdade é que na sociedade
ocidental a modernização social promoveu, entre outros aspectos, a introdução da mulher no
mercado de trabalho, a redução no número de filhos, o aumento dos divórcios, do que resultou
uma redução do tempo real que os adultos passam com os filhos.
Estes fenómenos, associados de algum modo à subida do individualismo, provocaram uma
alteração significativa no papel socializador da família.
Por outro lado, a escola tradicional ocupava-se fundamentalmente da socialização secundária
porque era suposto que a família concentrava a sua função na preparação da criança para a sua

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integração social, transmitindo-lhe além dos conhecimentos básicos, um quadro de valores e
regras que iriam constituir o núcleo básico da sua personalidade.
Mas na sociedade contemporânea a criança ocupa a maior parte dos tempos livres em frente da
televisão ou em jogos de computador, deixando para segundo plano a companhia dos Pais,
irmãos, amigos ou mesmo dos professores. Sem nos deixarmos impressionar pelas conclusões
de Popper e Condry que sublinham os perigos para a democracia se não houver um controlo
(leia-se regulação) televisiva, a verdade é que, para além do tempo que a TV retira à leitura e ao
convívio, e o facto de fomentar estados de violência (ou da sua banalização), ela através da
imagem mobiliza emoções, sentimentos e afectividade, introduzindo na socialização do jovem
factores que sugestionam e seduzem o telespectador através da criação permanente de ídolos e
“divindades” (como nas sociedades tradicionais) agora através de telenovelas e espectáculos da
“vida real”.
Assim podemos dizer que na sociedade contemporânea em que os vínculos primários
enfraquecem porque a família já não exerce as suas funções com a força afectiva que tinha no
passado é a socialização secundária que passa a exercer uma influência crescente no plano da
afectividade. Isto porque utiliza (como anteriormente a família e a igreja) gestos, climas
afectivos, tonalidades de voz, promovendo crenças, emoções e adesões totais.
À escola, ou mais concretamente, às formas institucionalizadas do ensino, é pedido, então, um
conjunto de preocupações na formação do desenvolvimento cognitivo, mas também do núcleo
básico do desenvolvimento da personalidade, havendo quem a inclua na categoria da
“instituição total”.
Claro que esta formação integral da personalidade, como tarefa da escola, tem riscos, dos quais
destacamos o que posiciona a escola como uma entidade “neutral”, nomeadamente nas esferas
religiosa, étnica, racial, social ou sexual, e que é uma conquista civilizacional.
Mas também pensamos que a neutralidade face às diferenças não obriga a que a escola
permaneça neutral (eu diria, desinteressada) face a temas, como por exemplo o ensino da
religião. Reconhecendo o melindre dessa área entendemos que não se deverá evitar a
compreensão do fenómeno religioso , e a sua influência na formação e construção de nações
(penso em Portugal, concretamente), nas suas diferentes expressões e dimensão histórica.
Outra área fundamental na formação para a cidadania tem a ver com os valores éticos em que a
responsabilidade, a tolerância , a solidariedade e a justiça devem constituir um núcleo central de
preocupações educativas que não pode ficar ao arbítrio das consciências individuais.
Mas um dos maiores problemas que a escola enfrenta prende-se com o modo de motivar o aluno
a aprender num oceano de sobre-informação e como utilizar e processar a informação
disponível. Ao professor cabe essa difícil tarefa de ser um facilitador e organizador de tão
dispersa e desconexa informação utilizada pelos jovens, incutindo-lhes um espirito critico e não
dogmático apoiado nos métodos científicos e em informação descomprometida. De facto o

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professor não deve transformar-se num novo “sugestionador” ou quem procura “identificações
totais”, mas alguém que no plano epistemológico deve ser relativista, postura que permite
independência, abertura de espirito, ausência de preconceitos e a possibilidade de compreender
valores diferentes daqueles com que nos identificamos.
Convém sublinhar desde já, que no plano ético é impossível ser-se relativista porque significa a
maneira como se quer viver em sociedade, o que implica a necessidade de fazer opções.
Uma crítica também à escola é à utilização pelas práticas pedagógicas do trabalho de grupo.
A preparação para o desempenho de papeis, visando uma correcta integração no tecido social,
exige o reconhecimento da necessidade do trabalho em equipa conducente ao exercício da
solidariedade e ao reconhecimento da diferença do “outro”. A minha experiência docente revelame
um fraco entendimento desta realidade e uma deficiente motivação dos alunos para este tipo
de trabalho colectivo, pois o membro activo pode contribuir com muito de pessoal para a
valorização grupal. Neste sentido as novas tecnologias da educação podem ajudar a fortalecer
os laços de convivialidade no trabalho pedagógico.
Retomando algumas considerações formuladas sobre formação ética, consideramo-la como um
requisito fundamental na formação para a cidadania.
A formação ética do cidadão implica a ideia de responsabilidade na família, na escola, na
empresa, nos vários grupos que compõem a sociedade.
E a socialização, não sendo apenas baseada na lógica da troca de interesses, nem num conceito
abstracto de identidade cultural terá que encarar o outro como sujeito.
Como diz Alain Renaut “é preciso diferenciar com rigor sujeito e indivíduo, humanismo e
individualismo, autonomia e independência”, conceitos que não poucas vezes se confundem e
descaracterizam. “Ora é precisamente a referência aos direitos do sujeito, aos direitos das
minorias como aos da maioria que confere aos novos movimentos sociais uma tão grande
importância” (Touraine).
De facto é importante que os sentimentos de solidariedade e coesão social venham a ser
recuperados de uma forma positiva e que na base da sociedade, nomeadamente em sectores de
excluídos onde se assiste a alguns fenómenos de neocomunitarismo que fundamentam a
protecção dos seus membros em sentimentos de intolerância, de discriminação e exacerbação
dos particularismos, passe a reinar a segurança , a confiança, o sentido de justiça, e se tornem
eles próprios, actores no direito à cidadania, ou seja a participarem na vida política , económica
ou cultural.

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É um facto que a escolha surge cada vez mais cedo no processo de formação da personalidade:
“Ensinar a escolher constitui, pois, uma tarefa importante da educação para a paz e a
democracia” (Tedesco).
E as mudanças educativas dependem da interacção de múltiplos factores que actuam de forma
sistémica, tendo o sistema familiar responsabilidades acrescidas na tomada de consciência de
que, com o desaparecimento das fontes tradicionais da identidade e dos pontos de referencia
culturais, as identidades individuais passam, assim, a ser construídas com maior protagonismo
das pessoas num processo de libertação individual.
O desafio da sociedade, e portanto da educação, é encontrar a articulação entre racionalidade e
subjectividade entre actores sociais e não meros indivíduos isolados.
Estou em crer que é na família moderna, funcionando como um sistema aberto e em interacção
com o seu meio, que a opção por um novo humanismo encontrará a expressão de uma
solidariedade orgânica tão difícil de encontrar nos restantes grupos sociais, mas que se observa
sem artificialismos no grupo familiar.